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No dia 22 de novembro de 2023, às 20h, a Cinemateca Brasileira tem a honra de exibir pela primeira vez no Brasil o recém-descoberto filme Amazonas, o maior rio do mundo, considerado o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia pelo cineasta e fotógrafo luso-brasileiro Silvino Santos (1886-1970).

A exibição contará com trilha sonora original e inédita, composta pelo compositor, flautista e professor do Departamento de Música da Universidade de Campinas, Luiz Henrique Xavier. Xavier também é autor da trilha brasileira de Um homem com uma câmera (1929), de Dziga Vertov, filme exibido recentemente na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

A obra de 1918 era dada como desaparecida desde meados dos anos 1930 e foi reencontrada, no início deste ano, no Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca). O filme descoberto foi confirmado pela Cinemateca Brasileira como sendo a obra dada como perdida.

Silvino Santos entrou na história do cinema brasileiro com o seu pioneiro documentário No Paiz das Amazonas (1922) e como um dos maiores realizadores de não-ficção do país. Em suas memórias, Silvino chegou a contar como seu colega de equipe, Propércio de Mello Saraiva, mudou o título de Amazonas, o maior rio do mundo, se passou como diretor do longa e negociou sua venda internacional antes de todos os materiais do filme se perderem pela Europa.

O filme de Silvino foi redescoberto no Národní Filmový Archiv, em Praga, em 2023, em internegativos duplicados de uma cópia em nitrato de celulose. A obra havia sido erroneamente catalogada como uma produção norte-americana de 1925.

O filme foi exibido no último dia 10/10 em um dos principais eventos dedicados ao cinema silencioso, a Giornate del Cinema Muto (Festival de Cinema Mudo de Pordenone), na Itália. A primeira exibição no Brasil ocorrerá na Cinemateca Brasileira. A sessão será acompanhada por um debate com Sávio Luís Stoco, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista na obra de Silvino Santos; Eduardo Morettin, professor livre-docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA-USP e Klára Trsková, curadora de cinema Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca). A mediação é da jornalista da Folha de S. Paulo, Giuliana de Toledo.

A sessão tem o apoio do Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca) e do jornal Folha de S. Paulo. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência.

Após a sessão em São Paulo, o filme será exibido em João Pessoa (PB), no dia 1/12, na programação do 18º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro. No dia 7/12, será a vez do Rio de Janeiro (RJ), em sessão na Cinemateca do MAM Rio, seguida de debate. E no dia 22/12, haverá exibição em Fortaleza (CE), em parceria com o Cineteatro São Luiz e o Cine Ceará. Já no dia 29/12, há ainda uma sessão no Teatro Amazonas, em Manaus (AM), em parceria com o Cine Set e o Governo do Estado do Amazonas. Em 2024, o filme será exibido no exterior, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, em Lisboa (Portugal).

 

Klára Trsková: trabalha no Národní filmový archiv, em Praga, como curadora de cinema. É tradutora de português e dá palestras sobre cinemas e literaturas dos países africanos lusófonos (Universidade Carolina, Praga). Com muita paixão. consome a produção cinematográfica, literária e artística do Brasil, de Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e tenta apresentar as obras ao público checo.

Eduardo Morettin: Professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA). É autor de “Humberto Mauro, Cinema, História” (SP, Alameda Editorial, 2013), organizador de “A recepção crítica de Glauber Rocha no exterior (1960 – 2005)” (SP, ECA/USP, 2020), e um dos organizadores, dentre outros trabalhos, de “O cinema e as ditaduras militares: contextos, memórias e representações audiovisuais (São Paulo, Intermeios, 2018), História e Documentário (RJ, FGV, 2012) e História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual (2 ed., SP, Alameda Editorial, 2011). É um dos líderes do Grupo de Pesquisa CNPq História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação.

Sávio Luís Stoco: Docente do curso de Artes Visuais e do Programa de Pós-graduação em Artes, ambos na Universidade Federal do Pará. Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade de São Paulo (IA-UNICAMP). Autor do livro O cinema de Silvino Santos (1918-1922) e a representação amazônica: história, arte e sociedade (2022).

Giuliana de Toledo: Jornalista formada pela PUCRS, é editora de Ambiente e do projeto especial Planeta em Transe, sobre mudanças climáticas. Antes, foi editora-adjunta de Ambiente, Ciência e Saúde, no Núcleo de Cidades da Folha. Já foi editora-chefe da revista Galileu e repórter do jornal O Globo e da revista Época.

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