MOSTRA 100 ANOS DE MASTROIANNI & BRANDO

Entre os dias 18 e 21 de abril, a Cinemateca Brasileira seleciona oito títulos para comemorar o centenário de dois atores que mudaram a história da atuação no cinema de maneiras muito diferentes: Marcello Mastroianni e Marlon Brando.

Mastroianni nasceu na comuna de Fontana Liri, na Itália, e sempre rejeitou a Atuação de Método – que treina os atores para usarem seus estados mental e emocional na criação de um personagem e foca quase exclusivamente nas experiências interiores de um ator para impulsionar uma performance. Sua preferência por tratar a atuação como um jogo que exige inteligência e sangue-frio revelam um artista que não depende nem puramente da improvisação, nem exclusivamente da técnica. É impossível identificar a arquitetura de seu trabalho. Suas performances estão tão fundidas com seu interior que ele simplesmente parece vivo na tela. Por isso, a seleção de filmes em homenagem a Marcello Mastroianni privilegia a amplitude e diversidade de sua atuação em diversos gêneros, épocas e sob a ótica de diversos diretores, indo de Fellini à Bruno Barreto, passando por Antonioni e Ettore Scola: o clássico de Federico Fellini, Oito e meio; o emocionante Um dia muito especial, em que Mastroianni e Sophia Loren entregam umas mais marcantes parcerias de atuação no cinema; o renomado e intimista A noite, parte da trilogia da incomunicabilidade do cineasta Michelangelo Antonioni; e a aventura brasileira de Mastroianni em Gabriela, adaptação da obra de Jorge Amado dirigido por Bruno Barreto.

Já a seleção em homenagem a Marlon Brando privilegiou sua carreira nos anos 1950, período em que o ator natural de Nebraska, Estados Unidos, desafiou convenções de Hollywood e se tornou um dos principais expoentes de uma nova geração de atores no pós-guerra. Pupilo ávido da professora de atuação, Stella Adler, Brando mergulhou no Sistema Stanislavski para encontrar a verdade nos próprios roteiros em vez de formar conexões diretas entre sua vida e a do personagem. Ao se familiarizar com as circunstâncias que envolvem cada cena e estudar qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a entender as motivações de seus personagens, Brando trouxe às telas atuações naturalistas e intensas que contrastavam com as atuações teatrais, às vezes exageradas, dos atores da Era de Ouro de Hollywood como Cary Grant e Lawrence Olivier. Lançado ao estrelato por dois filmes de Elia Kazan Uma rua chamada pecado e Sindicato de Ladrões, personificou o nascente arquétipo rebelde no filme O selvagem e atuou junto a Frank Sinatra no musical Eles e elas, de Joseph L. Mankiewicz.

A mostra traz a carreira de dois importantes atores da história do cinema que, por mais diferentes que fossem, mudaram a história da atuação e inseriram seus nomes no cânone do cinema mundial.

Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos na bilheteria uma hora antes do início da sessão.